Quando foi a primeira vez que você ouviu falar sobre o Pix?
Imaginamos que não deva ter sido muito antes que ele efetivamente começasse, e hoje já é amplamente difundido. O Pix foi o sistema de pagamentos instantâneos com adesão mais rápida no mundo, segundo o Banco Central. Superamos países como Chile, Dinamarca, Nigéria, Austrália, México, Índia, Cingapura, Suécia e Reino Unido. Em seis meses, o Pix superou a marca de R$ 1 trilhão em transações, 220 milhões de chaves de pessoas físicas e 9,6 milhões de empresas registradas. Em uma pesquisa, 83% dos brasileiros disseram que o Pix é melhor que TED ou DOC, e com isso seu uso já ultrapassou ambos somados. Em março deste ano, a quantidade de Pix superou a quantidade de boletos liquidados. Enfim, é fácil perceber que o Pix veio para ficar.
Por que a adoção foi tão grande? Acreditamos que, além do fato que o Pix é bom e ajuda na vida das pessoas, entrou em jogo o efeito da competição. Os bancos e fintechs saíram correndo para tentar fazer com que as pessoas cadastrassem as chaves nas próprias instituições. O possível racional é que cadastrar a chave na instituição garante uma fidelidade, afinal, existe uma certa comodidade dos clientes. Os mais velhos devem lembrar que, em 2005, ao tentar promover a portabilidade bancária, o ex-presidente Lula disse que “ele [o brasileiro] não levanta o traseiro do banco, ou da cadeira, para buscar um banco mais barato. Reclama toda noite dos juros pagos e no dia seguinte não faz nada para mudar”. Imagina se um cliente de um “bancão” acaba seduzido pelo Nubank para colocar as chaves Pix lá? Parece ser um risco.
Se não tivesse o gatilho da competição, essa evolução teria acontecido? Achamos difícil. Estimamos que, no Bradesco, a linha de TED e DOC represente por volta de R$500 milhões de receita anual. É bem relevante. Os “bancões” seriam os últimos a incentivar o Pix. Porém, pior do que perder essa linha é perder o cliente por inteiro. Viu-se, então, uma corrida pela busca de cadastro de chaves. Depois de 10 anos longe das telas, o Santander trouxe Ana Paula Arósio como garota-propaganda do “SX”, uma das soluções do banco que conta com o Pix como produto principal. O Bradesco trouxe Gabriel Medina.
Quando, em outubro do ano passado, começaram de fato os cadastros das chaves, viu-se uma correria, com todos querendo mostrar que estavam na frente. Dez dias após o início dos cadastros, mais de 33 milhões de chaves já tinham sido registradas e o BC divulgou um ranking que surpreendeu a todos, copiado acima. Notem que o primeiro “bancão” da lista é o Bradesco, em quarto lugar. Ninguém esperava ver o Itaú em sétimo. Esse ranking chamou bastante atenção quando foi divulgado e escancarou algo que muitos imaginavam: a concorrência das fintechs é muito, mas muito para valer.
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